A Escassez de Água no Planeta
A escassez da água é uma questão
cada vez mais preocupante em todo mundo. O esgotamento dos recursos hídricos
tornou-se realidade em algumas regiões do planeta, de modo que muitos países já
sofrem extremamente com o problema. Estima-se que 18% da população mundial não
tenham água disponível para suprir suas necessidades e em 2050 as estimativas
são ainda mais catastróficas: caso a situação atual não se altere, três quartos
dos habitantes da Terra não terão acesso a este recurso essencial à
vida.
Embora vivamos num planeta abastado deste líquido
precioso, 97,5% dele encontra-se nos mares e oceanos. A água doce representa
apenas 2,5% e, deste percentual, apenas 22% podem ser diretamente aproveitados,
por meio de rios, lagos e aquíferos subterrâneos. O restante está acumulado nas
geleiras e montanhas.
Conforme a dinâmica natural, mesmo
esta pequena parcela de água consumível não deveria se esgotar, uma vez que,
através do seu ciclo, segue em contínua renovação. Acontece que a ação humana
vem degradando-a através da poluição ambiental, do mau uso e do desperdício, o
que acaba sendo acentuado pelo crescimento demográfico e, por consequência, pelo
aumento do consumo.
O ESTRESSE
HÍDRICO
A questão da falta de água não se
dá somente em consequência da ação antrópica. A distribuição deste recurso não
ocorre de maneira igualitária em todas as regiões da Terra. Geograficamente,
certos países possuem muito mais água do que outros. Enquanto o Canadá e o
Brasil, por exemplo, detêm enorme capacidade hídrica, países do norte da África,
do Oriente Médio e a China enfrentam problemas graves com a carência de
água.
Quando a questão geográfica une-se
à falta de chuvas e a problemas sociais e econômicos, como pobreza e alto
crescimento populacional, regiões vivenciam o chamado “estresse hídrico”. É o
caso da África Subsaariana, região que, mesmo com potencial hídrico “razoável”,
não apresenta infra-estrutura e gerenciamento eficazes para o aproveitamento da
água, não proporcionando saneamento básico aos habitantes. Tudo isso acaba por
acarretar um dos piores quadros de escassez de água no planeta. Em casos
extremos, prevê-se que um africano sobreviva com 10 litros de água por dia, ao
passo em que um canadense dispõe de 600 litros.
Coisa semelhante já ocorre com a
China e pode acentuar-se nas próximas décadas. A enorme população e o
crescimento econômico e industrial, que geram a poluição dos recursos hídricos
com o lixo urbano, esgotos, resíduos industriais, etc. já causam a falta de água
em 50% das cidades chinesas.
CAUSAS E
CONSEQUÊNCIAS DA ESCASSEZ
Sem dúvida, a má utilização da
água e a poluição são os grandes responsáveis por esse problema, sendo possível
destacar a parcela de culpa da agropecuária e da atividade industrial. Em torno
de 65% da água do planeta é consumida pela agropecuária, que ainda não possui
técnicas econômicas e eficientes para o aproveitamento da água. Para se ter uma
ideia, cada quilo de carne produzido exige uma quantidade média de 15 mil litros
de água; 1 quilo de trigo, cerca de 1,5 mil litros. A indústria consome cerca de
24% da água do planeta, além de poluir lagos e rios, causando também perda de
biodiversidade.
Outras causas relevantes têm
ligação com a falta de consciência global, o que ocasiona desperdício; e com a
falta de estrutura no transporte de água dos reservatórios para as cidades - o
que ocasiona vazamentos.
As consequências são realmente
alarmantes. A carência de água prejudica a produção de alimentos, a economia em
geral, e provoca um alto índice de mortes por sede e por doenças. Na falta de
saneamento básico, estima-se que em torno de 2,2 milhões de pessoas morram por
ano em decorrência de doenças como malária, diarréia e cólera, causadas pelo
consumo de água contaminada.
Logicamente, dado o tamanho do
problema da escassez, muitos conflitos foram e ainda são gerados pela posse de
reservas de água. Neste sentido, podem ser citadas as guerras que ocorrem no
Oriente Médio, como a que se dá entre palestinos e israelenses, que lutam pelos
lençóis da Cisjordânia.
As previsões elucidam a
possibilidade de uma crise geral de água no planeta nas próximas décadas. O
crescimento populacional, a industrialização, e a urbanização das cidades são
fatores que evidenciam um aumento significativo no consumo de água. Acredita-se,
todavia, que o problema atual relacione-se muito mais ao gerenciamento e
distribuição da água do que à própria escassez.
Se quisermos propiciar um planeta
que reúna condições de sobrevivência às próximas gerações, é necessário que
busquemos a conservação dos bens naturais, baseada na perspectiva sustentável e
até nas pequenas ações individuais.
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